Amim, meus Xiís-men

Amim, meus Xiís-men

Paranram ram ram, paranram ram raaammm… é com essa representação da música “Papagaio Alegre”, do mestre Hermeto Pascoal, que começamos um post mutante aqui no Ideia Errada.

Sim, ‘seus malas’, talvez esse post se transmute em uma piada, em uma tese de neurociência da cura da burrice, ou até em algo interessante…enfim.

Vamos falar sobre “Xís-men [Gol GTi] 97”, a nova-velha série animada da Marvel, que estreou na sexta, 22, no Disney+, e para minha surpresa (e de muita gente também) honra bastante a série clássica dos velhacos de plantão.

Depois de muito hype, eis que tivemos não um, mas dois episódios para abrir a nova produção da Marvel Stu….Animation, nova sessão da Marvel, subsidiária da Disney. Os trailers já estavam despertando um ar de nostalgia, mas particularmente não estava botando tanta fé, pois esperava somente um aperfeiçoamento da tecnologia da animação, e tivemos além disso um bom roteiro em ambos os episódios, com boas atuações na dublagem (original e brasileira), e muita ação com desenvolvimento da sequência, pelo menos até agora.

‘X-Men 97’ é uma sequência direta da série clássica – a mesma que produziu aquele desenho famoso do Homem-Aranha – que durou de 92 até 96 e rendeu cinco temporadas de boas histórias adaptadas dos clássicos das hq’s (Fênix Negra, a Era do Apocalipse, Dias de um Futuro Perdido, Projeto Arma X, Tropa Alfa, o Mundo Selvagem…ih, são muitas). Lembro-me das falhas técnicas da animação e das dublagens histriônicas, mas muito ‘massa véio’ [apesar de não ser do meu tempo… haha].

E de começo já temos um revival digno da série clássica, que espelha bastante o primeiro episódio do original, com uma primorosa pancadaria dos filhos da tchutcha do átomo, e a apresentação do grupo antagonista da vez, com uma “inesperada” (quem viu os trailers e conhece dos quadrinhos, já tinha catado) virada ao final da trama. Sem falar nas sequências de ação, que abusam da técnica de animação mostrando takes cinematográficos até (!), situando a equipe operacional com boa dinâmica na demonstração dos poderes mutantes de cada personagem e em conjunto, com destaque para Tempestade (Ororo Munroe) e Ciclope (Scott Summers), que finalmente alocaram na posição de digno comando de campo [a cena da queda livre é fodaraça, convenhamos], com uma representação que me lembra muito a passagem das equipes criativas de Astonishing X-men, onde temos um Ciclope estrategista, capaz de montar um estratagema surpreendente pra vencer. Divaguei.

No segundo episódio temos a inserção de um Magneto (Erik Magnus Lehnsherr) redimido, e aqui há um detalhe: a discussão narrativa do desenho, embora alusiva à ficção da existência dos mutantes (ou melhor, do enfrentamento da existência deles), ganha um peso dramático muito grande quando retratada no pronunciamento às Nações Unidas – o dito julgamento anunciado nos trailers -, e torna-se muito atual, transbordando para a realidade da nossa política internacional em muitos pontos [ou será o contrário?!]. Inclusive a inclusão de Magneto serve até para reflexão da própria missão de coexistência do grupo (“Pô, vocês cheios da grana, vivendo numa mansão com piscina, e ainda não tiraram os Morlocks do lixão, não, hein?! Estão indo lá pra fazer safari, porra?!”). Enfim. Forte acerto da equipe responsável pela animação.

Os dois primeiros episódios da série entregam demais, na estética, na técnica, no roteiro, ação etc., estão carregados de nostalgia. Claro que há algumas adaptações da estória atual que não condizem diretamente com a antiga saga, mas tais mudanças só vêm para engrandecer ainda mais a cronologia dos ‘mutunas’. Certamente ainda teremos bom andamento nos próximos oito episódios ainda a serem lançados. Ressalto que a ausência do Professor X (Charles Xavier) – “abduzido” ao final do último episódio da quinta temporada da série clássica e até aqui dado como “morto” – permite ainda mais liberdade para a equipe criativa, com potencial de retornarmos à ambientação galáctica no decorrer da série.

Safadisticamente’, um bom investimento da Marvel Animation, que consegue agregar a audiência do público velhaco e trazer uma nova plateia para acompanhar a sequência, que com certeza vem com a vontade de consumir a obra original dos 90’s [que nem é tão boa assim, mas é cativante e nos pega pelo carisma das histórias trazidas das hq’s]. Preparem-se, veremos muito mais camisetas desses personagens em convenções das fury por aí…

Certamente, esses dois episódios de estreia já superaram todos, TODOS os episódios de ‘What If’. ‘X-Men 97’ já vai entrar como recomendação minha numa pauta safada dessas, seja no Ideia Errada, ou no concorrente (o Amauricast).

Não disse...
Não disse…

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